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quinta-feira, 23 de abril de 2015

Platyhelminthes: Verminoses

Verminoses são doenças causadas pelos vermes Platelmintos e Nematelmintos. Durante o ciclo de vida dos representantes de ambos os grupos iremos encontrar hospedeiros intermediarios e hospedeiros definitivos. O hospedeiro definitivo é o local onde o verme chega à fase adulta e há a liberação de ovos, enquanto que no hospedeiro intermediário há apenas o desenvolvimento de sua fase larval.
Wuchereria bancrofti, nematóide responsável por causar a elefantíase.


Verminoses causadas por Platelmintos

Como mencionado no capítulo referente aos vermes achatatos, o filo Platyhelminthes pode ser dividido basicamente em três classes, Turbellaria (Planária), Trematoda (Schistosoma mansoni) e Cestoda (Taenia solium e T. saginatum). Apenas as classes Trematoda e Cestoda possuem representantes que podem causar doenças em seres humanos, sendo a classe dos turbelários composta majoritariamente por indivíduos de vida-livre.

Eschistossomose ou bilharzíase

No Brasil, a eschistossomose é causada pela espécie S. mansoni. Durante o seu ciclo de vida, esse platelminto possui um hospedeiro intermediário e um hospedeiro definitivo. A principal forma de contágio ocorre quando banhistas entram em águas de rio que estejam infestadas pela larva do S. mansoni

As larvas que entram geralmente pela sola dos pés de banhistas é do tipo cercária e, ao entrar no sistema circulatório do hospedeiro, ela se desenvolve no indivíduo adulto. O adulto é muito pequeno e dióico, ou seja, há indivíduos machos e fêmeas separadamente. Em seguida, os mesmos chegam na corrente sanguínea adjacente ao intestino delgado ou ao plexo venoso da bexiga, onde ocorrerá a reprodução sexuada e posterior liberação de ovos. É importante salientar que dependendo de qual lugar o adulto se alojar os ovos poderão ser eliminados pela urina ou pelas fezes.

Os ovos que serão liberados pelas excretas do indivíduo infectado irão eclodir e sobreviverão apenas os que tiverem acesso ao seu hospedeiro intermediário, caramujos do gênero Biomphalaria spp. As larvas que eclodem dos ovos são diferentes das que irão em busca do hospedeiro definitivo, sendo denominada miracídeos. Durante o tempo que permanecem no hospedeiro intermediário elas se desenvolvem, tornando-se larvas cercárias que, em seguida, saem em busca de um hospedeiro definitivo, concluindo seu ciclo de vida.

Modelo demonstrando o ciclo de vida do platelminto Schistosoma mansoni.
Devido ao desenvolvimento anormal do fígado causado pela doença, seu principal sintoma é o inchaço da região ventral (denominada popularmente barriga d'água). No entanto, pessoas que foram infectadas mais de uma vez pela larva podem apresentar coceiras na região do corpo perfurada por ela.

Outras espécies podem causar a esquistossomose, por exemplo a S. haematoium. Muitas múmias pertencentes ao Egito antigo possuem marcas características desse verme na pele. Um dos motivos encontrados para tal disseminação entre os cadáveres encontrados está relacionado aos trabalhos de irrigação agrícola que ocorriam naquela época.

Teníase

A teníase ou solitária é causada por duas espécies, Taenia saginata e T. solium. A diferença entre as duas está em seu hospedeiro intermediário, sendo que a primeira utiliza o gado e a segunda o porco. O nome solitária deriva do fato de que, na maioria dos casos, apenas um indivíduo parasita o hospedeiro devido a competição entre indivíduos juvenis. As espécies causadoras dessa doença são monoicas e capazes de realizar auto-fecundação.

O corpo da tênia é organizado em escólex (cabeça), colo e proglotes. O escólex é a região onde se abrigam ventosas e ganchos utilizados na fixação do indivíduo na parede interna do intestino, logo após temos o colo, onde há a formação de proglotes, responsáveis por abrigar as genitálias masculinas e femininas do indivíduo.

Os ovos da tênia possuem uma camada de quitina, são bastante resistentes e são eliminados pelas fezes do hospedeiro. Esses ovos contaminam o alimento dos hospedeiros intermediários que acabam por ingeri-los. Ao chegarem no intestino de seu hospedeiro intermediário os ovos se rompem e as larvas perfuram sua parede interna, entrando na corrente sanguínea e alojando-se geralmente no fígado ou em tecido muscular, iniciando um novo estágio chamado de cisticerco.

Ao ingerir a carne do hospedeiro intermediário que tenha sido contaminado que esteja crua ou má cozida, o Homem é contaminado pelo cisticerco que se torna adulto em seu intestino e reinicia o ciclo.

Modelo demonstrando o ciclo de vida dos platelmintos T. solium e T. saginata.
Cisticercose

A cisticercose ocorre quando o homem ingere alimento contaminado por ovos de T. saginata e/ou T. solium, atuando como hospedeiro intermediário. Sendo assim, a espécie causadora de ambas as doennças é a mesma, no entanto, em estágios de vida diferente dos parasitas.

Apesar de geralmente ocorrer no tecido muscular e hepático a cisticercose pode atacar o Sistema Nervoso Central (SNC) do Homem.

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