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terça-feira, 17 de março de 2015

Reino Fungi: Introdução e Características Gerais

Os fungos são organismos eucariontes, heterotróficos e que, em sua maioria, são multicelulares. Hoje eles pertencem a um Reino exclusivo (Fungi), mas inicialmente foram classificados junto ao Reino Plantae. Isso devido a falta de conhecimento sobre como esses organismos obtinham nutrientes e pela presença de parede celular nos fungos, assim como as plantas.

No entanto, em 1969, Robert Whittaker (1920 - 1980) consolidou a classificação atual em cinco reinos (Monera, Protista, Fungi, Animalia e Plantae), separando os fungos do reino vegetal em razão das descobertas que ocorreram na época. Os motivos encontrados para essa divisão foram: parede celular composta de quitina ao invés de celulose, glicogênio como material de reserva (plantas armazenam amido) e obtenção de nutrientes através da liberação de enzimas digestivas em um processo chamado digestão extracelular. É interessante observar que essas novas descobertas colocaram os fungos mais próximos evolutivamente dos animais do que das plantas.
Divisão dos seres vivos em cinco Reinos proposta por Whittaker (1969). Antigamente o Reino Fungi fazia parte do Reino Plantae.



A grande maioria dos fungos são terrestres, apesar de já terem sido descritas espécies aquáticas. Em relação à forma como obtêm nutrientes, esse processo geralmente ocorre através da decomposição de matéria orgânica. Fungos e bactérias que participam desse processo são chamados de saprófagos. No entanto, nem todos os fungos são saprófagos, podendo ser parasitas, como no caso da micose e ferrugem do cafeeiro.

Exemplos de fungos que agem como parasitas. (A) - Micose. (B) - Ferrugem do cafeeiro.

                                   
Vídeo mostrando a diversidade de fungos e o desenvolvimento do corpo de frutificação.

Organização de um fungo multicelular

Cada extremidade da célula de um fungo multicelular é ligada à uma outra célula do mesmo indivíduo, o filamento originado desse processo é chamado de hifa. O conjunto de hifas forma um emaranhado chamado de micélio. Esse por sua vez pode ser dividido em micélio reprodutivo (corpo de frutificação ou esporocarpo) ou micélio vegetativo.

Quando pensamos em um fungo, como por exemplo um cogumelo, sempre imaginamos a sua parte mais exposta, seu micélio reprodutivo. Ele é o responsável por criar e liberar esporos que darão origem a novos indivíduos. Para que tal processo aconteça é importante que o fungo absorva nutrientes da matéria orgânica em que ele está fixado ou de seu hospedeiro, a região responsável por isso e sua sustentação é o micélio vegetativo.

(A) - Modelo mostrando a formação do micélio através do conjunto de hifas e sua separação em micélio reprodutivo e vegetativo. (B) -  Imagem mostrando o micélio reprodutivo de um fungo.

As hifas dos fungos podem ser separadas em cenocíticas septadas, sendo a última dividida também em mononucleada ou multinucleada. Nas hifas cenocíticas não é possível observar a separação entre uma célula e outra, havendo apenas um filamento longo, contínuo e multinucleado. Já nas hifas septadas é possível observar uma barreira parcial (septo transversal), proveniente da parede celular que separa uma célula da outra. Quando uma célula possui apenas um núcleo ela é mononucleada e dois ou mais núcleos ela é multinucleada.


Modelo mostrando a diferença entre hifas cenocíticas e septadas. Enquanto em hifas cenocíticas os núcleos dividem a mesma região citoplasmática as hifas septadas possuem uma divisão parcial que pode agrupar um ou vários núcleos. Fonte: Ed. Harbra.

(A) - Imagem de microscopia óptica mostrando uma hifa septada. (B) - Imagem de microscopia óptica mostrando uma hifa cenocítica.

Reprodução

A reprodução nos fungos pode ser assexuada ou sexuada. No primeiro caso ela pode ser dividida em fragmentação, quando o micélio se divide devido a ação de algum agente externo ou brotamento (gemulação), quando ocorre a formação de um novo indivíduo a partir de um anterior.

A liberação de esporos, chamada de esporulação, também faz parte da reprodução assexuada. Muitos fungos, como os zigomicetos do gênero Rhizopus sp. (bolor negro do pão), reproduzem-se assexuadamente através desse processo.

Fungo unicelular da espécie Sacharomyces cerevisae utilizado na fabricação da cerveja. No fungo é possível observar pequenos nódulos ou gemas que irão formar novos indivíduos posteriormente.

A reprodução sexuada ocorre no grupo parafilético dos "fungos verdadeiros" que compreende os zigomicetos, ascomicetos e basidiomicetos. O processo se inicia com a liberação de esporos haploides (n) que, ao entrarem em contato com um ambiente adequado elas se desenvolvem e formam hifas. As hifas que estiverem próximas umas das outras irão se fundir e manter seu núcleo intacto em um processo chamado de plasmogamia. Em seguida ocorre a fusão dos núcleos (cariogamia), tornando as células do organismo diploides (2n). Logo após esse processo esses núcleos se dividem e formam esporos sexuais que serão liberados e reiniciarão o ciclo.

Fungos podem formar esporos assexuadamente e sexuadamente, por isso, esporos originados através do processo de reprodução sexuada são chamados de esporos sexuais. 
Modelo demonstrando o ciclo de reprodução de fungos ascomicetos e basidiomicetos.


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